O que é que vai fazer de marketing e publicidade pelo seu negócio este Verão? Que tal mensagens subliminares?

19/07/2022

Antes de mais, começamos já por pedir desculpas: este artigo é daqueles carregadinho de referências de época e, ainda que nos dias que correm se ouça (às vezes) falar de mensagens subliminares como uma “ferramenta” de marketing e publicidade, a verdade é que só aqueles que estavam vivos (e com memória disso!) nos anos 80 e 90 do século XX (altura em que estas “famosas mensagens” estavam mais na moda), se vão verdadeiramente identificar. É assim, “ficar crescido” tem destas coisas e, de vez em quando, ataca-nos o saudosismo!

 

Mas estamos em plena silly season e, portanto, se há altura em que podemos escrever sobre isto num artigo de opinião sobre marketing e publicidade num blog sério, será agora, não?

 

Ora, estas ditas mensagens subliminares eram, por exemplo, mensagens do demo que estavam sub-repticiamente gravadas em algumas músicas de certas bandas mais “arrojadas” (emoji a chorar de rir, já vão perceber porquê!). Eram supostamente inaudíveis (pelo menos conscientemente) quando o vinil era colocado a tocar normalmente; mas que se revelavam quando aumentávamos ou diminuíamos a sua rotação, ou se ouvíssemos a música ao contrário, de trás para a frente (esta última nunca entendi como se fazia, as outras testei!) e, claro, faziam-nos logo querer juntar a uma seita de adoradores do diabo! Um dos exemplos de que me lembro era o dos Kiss, esses anticristos que tocavam heavy metal (mesmo pesado!) de caras pintadas e que, diziam as pessoas decentes e sérias da altura, andavam por aí a espalhar a mensagem de Belzebu e a cativar pessoas para o seu culto (se nunca ouviu esta banda sobretudo em comparação com outras como, por exemplo, Slipknot ou Kreator tem mesmo que experimentar, por isso clique nos links! A sério!)!

 

Eram também as imagens ocultas que as grandes marcas como a Coca-Cola, a Wendy’s (nunca mais vamos conseguir olhar para aquele logotipo e não ver a palavra “mom”, i.e., “mãe”!) ou a KFC, por exemplo, colocavam nos seus anúncios televisivos, para levar as pessoas a comprar mais dos seus produtos. Até a Disney (a sério?! Já nada é sagrado neste mundo?) foi acusada de introduzir mensagens subliminares em filmes seus como o Rei Leão, a Pequena Sereia e o Aladino.

 

Parece-nos, pois, que se impõe, a esta altura do campeonato, para os que nunca ouviram falar do conceito, ou para os que já nem se lembravam que isto existia, dar uma definição mais científica à coisa.

Mensagens subliminares são palavras, imagens ou qualquer estímulo sensorial apresentado abaixo do limiar da perceção consciente de um indivíduo, que o influenciam a fazer algo. O mais comum é estarmos a falar de frames curtos, inseridos numa canção ou vídeo, que aparecem tão rapidamente (em regra, durante menos de um décimo de segundo!) que a nossa mente não regista o seu aparecimento de forma consciente. Este tipo de mensagens seriam, em teoria, “frequentemente inseridas” em meios de comunicação, tais como anúncios televisivos ou canções, e usadas para reforçar ou aumentar a persuasão dos ditos, ou para transmitir uma mensagem totalmente diferente (voltamos ao Belzebu, por exemplo!).

 

O que torna as mensagens subliminares tão insidiosas (e, portanto, tão perfeitas para a sua utilização em marketing e publicidade! – emoji com ar satisfeito e diabólico) é que, apesar de desconhecermos totalmente a mensagem escondida no que quer que seja que estejamos a ver ou a ouvir, parte da nossa mente subconsciente não pode deixar de responder a estes estímulos ocultos, uma vez que tudo acontece sem o nosso conhecimento ou consentimento (mais uma vez emoji diabólico com ar satisfeito!). As verdadeiras mensagens subliminares não podem ser observadas ou “descobertas” pela mente consciente, mesmo que se esteja ativamente à sua procura: enquanto que os estímulos aos quais respondemos todos os dias (as coisas que vemos e ouvimos à nossa volta) estão acima do limiar da perceção consciente, as mensagens subliminares estão abaixo dele.

 

A autoria do conceito de mensagem (ou marketing e publicidade) subliminar é atribuída ao americano James Vicary, especialista em marketing e estudos de mercado. E, embora o termo “subliminar” tenha sido amplamente utilizado durante muitos anos antes, só em 1957 é que a sua prática se torna conhecida para além dos círculos científicos e académicos. É nesta altura que James anuncia a criação da sua empresa, a Subliminal Projection Company, e, para provar a eficiência deste tipo de publicidade, revela o resultado de uma experiência realizada pouco antes, em 45.699 pessoas, para a Coca-Cola num cinema de New Jersey, nos Estados Unidos da América. Neste ensaio foram “secretamente” projetadas durante 0,3 segundos, no écran durante o filme, e em noites alternadas, as frases “Beba Coca-Cola” e “Tem fome? Coma pipocas”, o que teria feito aumentar em 57,7% e 18,1%, respetivamente, as vendas destes produtos à saída. O estudo era completamente falso e tinha sido fabricado na sua totalidade, tal como foi admitido anos mais tarde pelo próprio autor, para conseguir mais clientes e anunciantes para a sua empresa (nada subliminar esta, certo?! – emoji a rir de cabeça para baixo).

 

Portanto, a pergunta que se impõe agora é: mas afinal isto é pseudociência, teoria da conspiração, mito ou realidade? Funciona, ou nem por isso? Bem, parece-nos que isso, cada um terá que decidir por si. Há estudos disponíveis na internet (como sempre, o que é que não está disponível ali?!) que comprovam (veementemente!) um e o outro lado. Leia-os e depois é mesmo só uma questão de escolher o seu lado, aquele de que gosta mais!

Mas deixe que lhe digamos isto: é algo difícil atribuir uma base científica ao conceito de mensagem subliminar, já que subliminar não é igual a subentendido. Se subliminar é algo que não é visto conscientemente, a partir do momento que se vê (ou ouve, ou cheira, etc.), deixa de o ser e passa a “supraliminar” (o que se vê, ouve, sente, cheira, etc.). Uma imagem ou ideia sugerida “nas entrelinhas”, por mais subtil ou periférica que seja não é subliminar. É, muitas vezes, bom marketing e publicidade, mas “vê-se” e está, portanto, acima do limiar da perceção objetiva, consciente.

 

Então, e esta é mesmo só a nossa opinião (e vale o que vale, como de costume), seja subliminar e supraliminar nas suas “mensagens” de marketing e publicidade neste Verão! Sim, na silly season ninguém está a pensar em mais nada a não ser nas férias: quem ainda não foi de férias está a pensar nelas, quem está de férias só quer pensar nisso e aproveitar. Portanto, a não ser que venda as “próprias das férias” ou algo diretamente ligado a elas (ou um produto ou serviço essencial que seja necessário durante todo o ano!) ninguém lhe vai prestar muita atenção. Por isso, na maioria das vezes sentimo-nos frustrados com os esforços de marketing e publicidade que fazemos durante esta altura. Mas, fazendo-os, podemos dizer que estamos a ser “algo subliminar” (ou o que se pretendia que o subliminar fosse): ninguém lhe presta atenção nas redes sociais, nem no Google, mas o seu nome, a sua marca, o seu negócio vai aparecendo e vai sendo registado, quase inconscientemente. É apanhado pelo canto do olho quando o utilizador está na piscina a fazer scroll no seu feed do Instagram, na praia a pesquisar onde ir da parte da tarde, à noite enquanto bebe um café e relaxa antes de ir dar uma volta ou regressar ao hotel… O seu post, a sua story, o seu anúncio apareceu, qual vislumbre. Ele não o viu, viu; mas viu! E vai ficar gravado no seu subconsciente, adormecido, até ao dia em que ele precise de algo que você vende, altura em que é acordado. É subliminar o suficiente para si?!

 

E agora que acabou de ler este artigo, já lhe podemos contar a nossa verdadeira intenção ao escrevê-lo: no texto inserimos uma série de palavras (inócuas por si só e salpicadas por aqui e por ali) que o seu cérebro, em toda a sua magnitude subconsciente, reconheceu e guardou (ora experimente lê-lo de trás para a frente!). Por causa delas (e porque não há desprogramação no mundo que lhe possa valer agora) cada vez que ouvir falar em marketing digital vai sentir uma vontade incontrolável de nos contactar e de se tornar nosso cliente (e se já for, não há problema, que se arranja maneira de acrescentar à sua avença mais um ou dois serviços).

Não acredita? Espere e verá: daqui a uns tempos estamos a reservar um mesinho de férias nas Ilhas Fiji (ou em qualquer outro sítio paradisíaco e caro deste mundo) com todo o dinheiro que vamos ganhar!

 

Mas, entretanto, desejamos-lhe uma boa silly season (emoji a sorrir e a piscar o olho!)!

Três raparigas que adoram trabalhar juntas na área do marketing digital e que também escrevem umas coisas! Se o que leu faz sentido para si, e se a sua empresa precisa de estratégias reais de marketing digital para alcançar e manter uma posição de sucesso online, fale connosco!