Marketing digital nosso que estais na internet, rogai por nós pequenos negócios…

18/02/2021

2021 começou como o ano de todas as esperanças e de muitas expectativas, depois de um miserável 2020 que deitou por terra, em menos de um ai, aquilo que tantos levaram tanto tempo a construir. Nalguns casos arrasou-os completamente, forçando-os mesmo a fechar portas; noutros fez muita mossa e obrigou-os a encher o peito de ar e preparar-se para um longo mergulho em apneia que parece nunca mais terminar.

Mas chegados que estamos a pouco mais de meio de Fevereiro de 2021, eis que, para a grande maioria, as esperanças que nos enchiam o peito, reconfortavam a alma e nos povoavam os sonhos, desfizeram-se em fiapos.

 

Com um novo confinamento em vigor, já desde meados de Janeiro, medidas profundamente restritivas (e pesadas) para a grande maioria das (pequenas) empresas da região (do país…) e sem que se lhe vislumbre um fim, o grosso do tecido empresarial algarvio desespera e questiona-se sobre como sobreviver.

 

Na semana em que foi decretado o fecho da maioria dos estabelecimentos comerciais, aqui começaram a chover telefonemas. Se no primeiro confinamento de Março de 2020 tivemos a grande maioria dos clientes a pedir a suspensão dos serviços que tinham contratado, agora, e com essa experiência ainda (demasiado) fresca na memória, muito poucos foram os que nos disseram que queriam parar de trabalhar o seu marketing digital (e todos já o retomaram desde então). Online é onde tudo corre hoje em dia e onde todos precisamos estar. Permanentemente. Alguns reduziram os seus orçamentos de publicidade (muito poucos na verdade) mas a maioria, não só nos disse que queria continuar, como nos perguntou o que podia fazer mais.

 

A resposta que demos durante esses primeiros cinco dias deste novo confinamento foi sempre a mesma: comunicar, comunicar, comunicar; exposição, exposição, exposição. Mais, melhor, muito, porque temos que aparecer sempre no tal mundo digital onde agora todos estamos a partir das nossas casas.

 

Mas se, e de Março de 2020 em diante, todos os empresários e proprietários de pequenos negócios perceberam que uma grande fatia do seu orçamento teria que passar a ser alocada ao seu marketing digital; para a grande maioria, esse tal orçamento não cresceu, nem esticou. Então, como fazer mais, como comunicar mais, como aparecer mais, se não temos mais dinheiro para colocar nas campanhas de Google Ads ou nos anúncios e promoções das redes sociais? A resposta é fácil e a sua implementação é simples (juro): vamos trabalhar a exposição orgânica, aquela que não se paga. E, numa altura em que as boas notícias não abundam, aqui tenho algumas para vos dar: não vai implicar mais investimento e serão limitados apenas pela vossa imaginação. Por isso, apertem os cintos e preparem-se para levantar voo!

 

Tem um website mas não tem loja online? Se puder criá-la, faça-o. Com o advento de plataformas como o WordPress, Wix e Squarespace, entre outras, criar um site ou acrescentar páginas ao que já tem, não é forçosamente difícil. Sim, se tiver orçamento para ter um profissional a fazê-lo, melhor, mas “em tempo de guerra não se limpam armas”, por isso deite mãos à obra.

Escolha um bom template que se adeque às suas necessidades. Há muitos gratuitos, e sim, eu sei que tinha dito que íamos fazer tudo sem investimento mas, se puder gastar € 15 ou € 30 aqui, compre um, pois vai poupar-lhe muito trabalho e trazer-lhe melhores resultados. Se está preocupado com a integração dos pagamentos na página, pense que o check-out não tem obrigatoriamente que ser o “formal” de uma grande loja online.

Crie uma página com os seus produtos ou serviços onde coloca fotos dos ditos, uma boa descrição de cada um, os seus preços e um botão que linka para o seu endereço de e-mail (e antes que se ericem todos a dizer que “isso já é muito técnico”, deixem-me explicar-vos que sou copywriter, não programadora, e se eu consigo fazer, vocês também conseguem, porque a verdade é que basta adicionar ao tal botão uma hiperligação a dizer “mailto:o-seu-email@o-seu-website.com”). O utilizador que quiser comprar o tal produto envia-lhe um e-mail (ou telefona-lhe se preferir que seja esse o link do botão), você responde a confirmar o pedido, pede o pagamento (por MBWay, PayPal, transferência bancária, etc., como já falámos anteriormente) e envia-lhe a sua compra pelo correio, por transportadora, ou entrega-lhe em casa, como preferir ou tiver possibilidade.

E voilà, uma loja online, feita em modo low-cost, para poder vender mesmo sem a porta aberta. A única coisa que tem que garantir é que verifica regularmente os e-mails que recebe, que lhes responde o mais rapidamente possível, e que cumpre as condições e os prazos de entrega (quanto mais curto, melhor, claro!) com que se compromete com o seu cliente.

 

Se não tem como criar uma loja online no seu website, crie-a no Facebook! É completamente gratuito e só precisa de já ter uma página (e não apenas um perfil pessoal) nesta rede social. O princípio é o mesmo que o descrito antes para a loja online no seu website: fotos, descrições e preços dos produtos ou serviços que quer vender.

Mais uma vez, o check-out, pode ser feito de várias maneiras e não obriga sequer a que tenha um website, quanto mais uma loja online no mesmo. Pode usar, por exemplo, o Messenger ou o WhatsApp (que se ainda não fez, deve integrar na sua página de Facebook para potenciar e facilitar os contactos) e acertar por ali o método de pagamento, entrega, etc. com o cliente.

Nos EUA (e certamente em breve na Europa e em Portugal) já é mesmo possível criar uma destas lojas com «funcionalidade de pagamento», o que permite que, a troco de uma comissão sobre as vendas paga ao próprio Facebook, os clientes comprem e paguem artigos diretamente naquela loja, sem saírem da rede social.

 

E quem diz uma Loja do Facebook, diz do Instagram! O Facebook diz-lhe exatamente o que fazer e como fazer, e até disponibiliza cursos gratuitos para que aprenda a gerir e a usufruir melhor destes recursos. Claro que vai também tentar convencê-lo a pagar por publicidade naquelas redes (e é dinheiro, na grande maioria das vezes, bem empregue, dependendo, claro está, da área de negócio) mas não tem que o fazer. Não se esqueça que aqui, como na “página-loja” no seu website de que falámos antes, estar atento é essencial, já que a rapidez na resposta é determinante e nas redes sociais espera-se que seja “ao minuto”.

E, não menos importante, são as fotos que usa nesta sua loja (bem, em todo o lado onde mostra os seus produtos ou serviços, para dizer a verdade), por isso invista tempo a tirar boas fotos, bem iluminadas e depois, bem tratadas, que os olhos são os primeiros a comer e se não ficarem atraídos pelo que veem, não interessa quão bom é aquilo que vende. Hoje em dia, há um vasto número de editores de imagem gratuitos online que praticamente fazem o trabalho de tratar as fotos por si. Eu continuo a preferir um bom designer gráfico, mas combinámos que íamos trabalhar sem custos, por isso, e em alternativa, o Fotor, por exemplo, é um dos meus preferidos.

 

Se já usa as redes sociais, use mais (se não usa, comece imediatamente!). Aumente a frequência com que publica no Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn ou até mesmo TikTok, porque cada vez que “lá diz qualquer coisa”, aproxima-se mais do seu público (seja os clientes que já tem, os potenciais que ainda não conhecem a sua marca ou os que, já a conhecendo, ainda não compraram nada consigo). E não fale só dos seus produtos e serviços: partilhe informações relevantes ligadas àquilo que faz, notícias ou artigos interessantes, vídeos, fotos ou memes que nos animem o espírito, nos façam (momentaneamente que seja) felizes e ajudem a manter a viva a esperança e a boa disposição (lembre-se que estamos todos no mesmo barco e não há ninguém indiferente ou que não esteja a ser afetado pela situação que estamos a viver: fazer sorrir faz sempre bem!).

Relembre-os que apesar da porta do escritório ou da loja estar fechada, continua a poder servi-los e explique como. Tente chegar a novos públicos, a pessoas que ainda não o conhecem (e não, não vou dizer que deve pagar para o fazer porque foi isso que hoje prometi, ainda que, repito, seja dinheiro muito bem empregue, na grande maioria das vezes).

Ter uma empresa e pertencer ao tecido empresarial de uma região, quer dizer que faz parte de uma comunidade, por isso jogue mão a isso e proponha parcerias a outras empresas locais que possam ser, de alguma forma, complementares à sua (a tal história do juntos somos mais fortes). Imaginemos que vende, por exemplo, mobiliário de exterior. Porque não entrar em contacto com uma (ou mais) agência imobiliária da sua zona e propor-lhes partilhar regularmente algumas publicações deles na sua página em troca de publicarem as suas na deles, por exemplo? Já pensou que saem ambas a ganhar? Vai aumentar o número de vezes que comunica com o seu público, oferece-lhes possíveis complementos àquilo que faz ou vende, varia os temas sobre os quais fala (ainda que mantendo-se sempre próximo da sua área de negócio) e vai chegar a um público (o da outra página) que não é o seu e onde podem estar potenciais clientes; e vice-versa para a outra empresa.

 

Partilhe conhecimento. Escreva sobre temas pertinentes ligados ao seu setor, tire dúvidas sobre questões relevantes que os seus clientes já lhe colocaram (provavelmente até mais que uma vez), explique como se faz aquilo que faz (e não se esqueça de lá acrescentar sempre um link para o seu site ou redes sociais). Não tenha medo: partilhar o seu conhecimento não vai “roubar-lhe” clientes, porque não há nenhum “faça você mesmo” que suplante o trabalho de um profissional com experiência.

O que está a fazer é mostrar que é bom na sua área, que percebe do seu ofício e isso vai acrescer confiança à sua marca. Pegue nesses textos, artigos, o que lhes quiser chamar, e publique-os no seu website ou blog (se o tiver) e nas suas redes sociais. Mas não pare por aí: envie-os para jornais, revistas ou outros blogs da especialidade. Se o conteúdo for bom, válido, relevante, haverá com certeza quem o quererá publicar e ao fazê-lo, está não só a difundir a sua marca (brand awareness), mas também a trabalhar o SEO do seu website através de link building (um dos fatores mais importantes a nível da classificação – rankings – do Google, que vai potenciar a sua exposição orgânica online).

 

Trabalhar o marketing digital funciona, traz mesmo resultados. Mas aqui, como em tantas outras coisas, não há milagres, tem que efetivamente fazer alguma coisa, porque só estar online (ou passar a estar online) e rezar aos deuses da internet “para aparecer” não vai funcionar. Esqueça o “eu sempre fiz as coisas assim”, isso já era. Desafie-se a fazê-las de novas maneiras, experimente, teste, descubra o que aqui e agora funciona para si, para a sua marca, para a sua empresa. Recuse-se a desistir, por muito cansado(a) que esteja (e estamos todos).

 

Em tempos desafiantes como estes, como sobreviver?

 

A questão é pertinente, essencial, e a resposta não é fácil. Não há fórmulas mágicas e dizer que cada caso é um caso e que todos terão que, de alguma maneira, se reinventar parece-me um lugar-comum (e francamente algo desrespeitoso para quem se arrisca a perder tudo o que construiu). Mas por mais cliché que seja, a verdade é que a solução passará algures por aqui – reinventar não quer dizer “mudar tudo aquilo faz”, mas antes adicionar (acrescentar, imaginar, inventar) novas maneiras de fazer o que já fazia só que de forma diferente.

 

Por isso seja criativo e não descarte uma ideia antes de a experimentar, por mais absurda que lhe pareça, que em tempos como os que vivemos, a criatividade e a capacidade de dar largas à imaginação serão as suas maiores aliadas.

 

E sim, para alguns, será o fim… Para esses vai toda a minha consideração, um respeito profundo, a minha solidariedade e a esperança de que consigam chegar a um futuro melhor (seja ele qual for) e a tempos mais sorridentes, em breve. Para os outros: arregacemos as mangas e vamos à luta. Somos muitos, numa região única e profundamente diferente do resto do país, e juntos vamos conseguir chegar ao “amanhã”.

Três raparigas que adoram trabalhar juntas na área do marketing digital e que também escrevem umas coisas! Se o que leu faz sentido para si, e se a sua empresa precisa de estratégias reais de marketing digital para alcançar e manter uma posição de sucesso online, fale connosco!