Qualidade do website e do conteúdo: o ponto de vista do Google

23/02/2021

Já ouviu isto um milhão de vezes: se quiser que o seu website seja classificado (apareça nos rankings) na primeira página dos resultados de pesquisa do Google, precisa de criar conteúdo de qualidade, o seu site deve ser user-friendly (fácil de usar pelo utilizador) e de alta qualidade. Qualidade, qualidade, qualidade.

 

O problema com qualquer avaliação qualitativa é que não existe uma fórmula mágica que você possa aplicar para calcular exatamente o quão alta é a qualidade do seu conteúdo, ou o quão abaixo está da qualidade 100% de um website.

 

Tudo se resume a opinião. E quando se fala em SEO, no fim de contas, a única opinião que influencia o resultado final é a opinião do Google. No entanto, você provavelmente já leu uma tonelada de artigos sobre como não deve escrever o seu conteúdo para a máquina, mas sim para o seu cliente, de forma natural, etc., etc.. A questão é: que outros itens têm o Google na sua lista de verificação ao avaliar a qualidade? Há algum sinal indireto de que um website tem melhor qualidade do que outro?

 

Ninguém, exceto os funcionários do Google, sabe a resposta completa a esta pergunta. Mas podemos tentar na mesma “adivinhar” as direções principais da tal avaliação. E, para isso, vamos usar um documento criado pelo Google – as “Diretrizes para Avaliadores de Qualidade” (Quality Raters Guidelines).

Talvez não saiba isto, mas o Google não confia a 100% nos seus algoritmos, por mais avançados e inteligentes que sejam. Existe uma equipa, os Avaliadores de Qualidade (Quality Raters), que tem duas missões muito importantes. Primeiro, eles avaliam a qualidade dos resultados da pesquisa, percebem onde o algoritmo poderia responder melhor e ensinam-no. Em segundo lugar, para aqueles sinais de ranking (classificação) que o Google considera importantes, mas que ainda não tem como medir com a ajuda de um algoritmo, eles fazem essa medição/avaliação manualmente. No entanto, cada Avaliador de Qualidade não decide as coisas por si próprio; eles têm um documento de 170 páginas (as “Diretrizes para Avaliadores de Qualidade” ou “Quality Raters Guidelines”) para seguir de forma a tirar as suas conclusões.

 

Hoje vamos dar uma olhadela a esse documento e ver quais os fatores nele incluídos. E embora esses fatores não sejam sinais de classificação (ranking) oficialmente confirmados, se o Google acha que eles são importantes para determinar a qualidade geral do site e do seu conteúdo, então eles merecem definitivamente a nossa atenção.

 

Não vamos entrar em detalhes sobre os fatores que também são medidos pelos algoritmos e que são sobejamente conhecidos pelos proprietários dos websites como, por exemplo, a qualidade do conteúdo escrito, a quantidade de conteúdo que corresponde à intenção da página (se não tiver a certeza sobre esta questão, basta pesquisar no Google a sua palavra-chave alvo (target keyword) e ver a quantidade de conteúdo nos 5 resultados principais – esta é a sua quantidade correta de conteúdo), não exagerar nos anúncios e não criar anúncios com layouts incomodativos ou irritantes, backlinks, títulos e descrições das páginas, etc..

 

Em vez disso, vejamos alguns itens menos óbvios na lista de verificação dos avaliadores:

 

  1. Sinais de abandono do website

Se o site parece que não foi atualizado, ou até mesmo aberto pelo proprietário há bastante tempo, e torna a “viagem” dos utilizadores nele mais difícil, isso é definitivamente um mau sinal.

Como é que os avaliadores podem descobrir se o site pode estar abandonado? Facilmente. Problemas de funcionalidade (botões que não funcionam, páginas de erro 404, links que não levam ao destino correto, etc.), conteúdo desatualizado (produtos e serviços que obviamente já não fornece, conteúdo sobre condições de há alguns anos atrás, artigos antigos), secção de comentários não controlada (nenhuma resposta às perguntas dos utilizadores, comentários que parecem spam que não foram excluídos, e assim por diante). Todos estes problemas dirão a um avaliador, ou a qualquer utilizador, que o site está “abandonado”. Você compraria alguma coisa num website que nem mesmo o seu proprietário abre?

Então o que deve fazer? Crie uma rotina em que, pelo menos uma vez a cada 6 meses, executa uma auditoria de funcionalidade rápida e atualiza o conteúdo que precisa ser atualizado. Se tiver uma secção de comentários, verifique-a diariamente.

 

  1. A reputação online do seu website

Os avaliadores devem procurar sinais que possam indicar a reputação geral do seu site (leia-se, negócio). E, é claro, eles não vão fazer essa avaliação na sua página “Sobre nós”, onde você escreveu uma extensa lista de razões pelas quais a sua empresa é a melhor. Eles vão procurar em locais FORA do seu site – comentários, menções em notícias, artigos da Wikipédia, quaisquer fontes de informação que sejam independentes de si.

O que pode fazer? Incentive os seus clientes a deixar avaliações (reviews) e comentários online (especialmente no Google My Business), responda aos comentários e avaliações e, muito importante, dê o seu melhor a responder aos maus reviews. Aumente o seu perfil de backlinks – seja digno de notícias. Quanto mais as pessoas falam ou apenas mencionam o seu negócio, mais bem estabelecido ele parece.

 

  1. A confiabilidade do seu conteúdo

Aqui, o conjunto de sinais a dar conta é bastante grande, começando pelo protocolo HTTPS no qual o seu website deve estar, pois é mais seguro; continuando pela maneira como interage com os utilizadores (comentários e perguntas respondidas, programas de fidelidade, etc.) e acabando com a qualidade do conteúdo do seu apoio ao cliente (as suas páginas “Sobre nós”’, “FAQs” (Perguntas frequentes), “Política de entregas e devolução”, contacto do apoio ao cliente, etc., que devem ser muito fáceis de entender, transparentes e… estar lá – ou seja, existir – para começar).

 

  1. Experiência do autor

Hoje em dia, qualquer pessoa pode ter um blog e dar qualquer tipo de conselho ou informação. Mas o Google está interessado em fornecer aos utilizadores as informações da melhor qualidade que existe, por isso é muito importante quem é o autor de um artigo que você está a publicar. É preciso provar a experiência do seu autor no seu website (ter um nome de autor clicável com uma descrição bem escrita do seu nível de especialização); mas é também importante trabalhar a reputação do autor fora do seu site, da mesma forma que trabalha a reputação do website (veja o ponto “A reputação online do seu website” acima), porque os avaliadores vão verificar brevemente o background do autor online.

 

Então, conseguimos dar-lhe novas ideias sobre as “direções” do seu trabalho de SEO?

 

Como pode ver, SEO já não é só “inserir aquela palavra na etiqueta (tag) h1″. É necessário que seja um trabalho sistémico e profundo que englobe a parte técnica, a parte criativa e também a parte de RP (relações públicas) através da gestão da notoriedade e da reputação online da sua empresa. 

Três raparigas que adoram trabalhar juntas na área do marketing digital e que também escrevem umas coisas! Se o que leu faz sentido para si, e se a sua empresa precisa de estratégias reais de marketing digital para alcançar e manter uma posição de sucesso online, fale connosco!